Novos desplacamentos de rochas no Ingá, Posse, em Petrópolis, reacendem alerta em área interditada desde 2014, com moradores cobrando ações efetivas do poder público.
Vídeos registrados por moradores de Petrópolis, no Rio de Janeiro, mostram novos e preocupantes desplacamentos de rochas na região do Ingá, na Posse, durante o último fim de semana. As imagens intensificaram a preocupação com a segurança local, uma vez que a área já é conhecida por sua instabilidade geológica.
A Defesa Civil de Petrópolis realizou vistorias no local e confirmou que os incidentes ocorreram em uma área já interditada, que tem sido palco de eventos semelhantes desde 2014. A recorrência dos deslizamentos levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas preventivas e a necessidade de soluções definitivas.
A situação tem gerado grande insatisfação entre os residentes, que clamam por uma resposta mais ágil e concreta das autoridades. As informações são do G1, que detalhou os acontecimentos e a angústia dos moradores da região.
O relato de um morador: susto e alívio no Ingá
Felipe Ardo, morador da Posse, narrou o susto vivido durante um dos incidentes. Ele estava retornando para seu sítio, localizado “exatamente, entre as duas pedras que vêm caindo”, quando as rochas da esquerda se desprenderam. “Foi um susto grande, foram muitas, mas graças a Deus caíram apenas na mata, não teve nenhuma vítima, nenhuma casa atingida”, relatou.
Os desplacamentos de rochas não se limitaram a um único evento. Segundo Felipe, no domingo, “caíram mais algumas vezes, também sem dano nenhum”. Ele ressaltou que o lado mais preocupante é onde caíram as primeiras pedras, a mesma área que já havia registrado três deslizamentos em 10 de março deste ano.
Moradores cobram agilidade e soluções do poder público em Petrópolis
Apesar da rápida atuação do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, elogiada por Felipe, a principal queixa dos moradores da área interditada é a demora do poder público em oferecer uma solução definitiva. “A Prefeitura apenas interdita a área, e muitos não têm para onde ir”, afirmou o morador.
A comunidade do Ingá, que possui casas próprias na região, busca uma resposta concreta. “Os moradores, a gente, que tem uma casa própria lá, quer uma solução, e a Prefeitura não faz nada”, desabafou Felipe, expressando a frustração com a falta de progresso na resolução do problema.
Resposta da Prefeitura: diálogo com o Governo Federal para solução dos desplacamentos
Em resposta à situação, a Prefeitura de Petrópolis informou que o Governo Federal já foi comunicado sobre o novo deslizamento. A administração municipal detalhou que um novo relatório de vistoria será encaminhado à Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Este relatório, conforme a Prefeitura, irá “compor o processo de situação de emergência homologado pelo Governo Federal em 2025”. A expectativa é que o processo, que está em tramitação no Governo Federal, aponte “uma solução para adoção de medidas para a região” e assim minimize os riscos de futuros desplacamentos de rochas.